segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

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Um dia de sol.
Durante aquela tarde quis esquecer todos os meus problemas, dar um tempo para mim mesmo. Naquele momento, eu consegui esquecer de toda a agitação e da bagunça que rondava minha cabeça. Esqueci de todo o turbilhão de acontecimentos que surgiram do nada.
Decidi dar uma volta na cidade, pelo centro de Porto Alegre mesmo. Comprei uma casquinha de sorvete, e caminhei até a Usina do Gasômetro. Esta cidade tem muitos museus e várias coisas de relevância culturais, como peças de teatro. Eu vivo prometendo pra mim mesmo que um dia vou fazer um passeio cultural em todos eles...mas sempre acabo procrastinando. Eu curto muito a Usina do Gasômetro, da pra se ter uma boa vista do Guaíba, a arquitetura me parece rústica... Eu não entendo dessas coisas, mas acho um lugar muito agradável. Subi até o telhado, havia poucas pessoas. Acomodei-me encima de uma parte mais alta e inclinada... Algumas pessoas me olhavam de maneira estranha, mas tudo bem. Eu sempre vinha aqui com a Domi nos fins de semana.
Deitei e comecei a olhar o céu... Sempre gostei de lugares altos, era como se estivesse mais perto das nuvens e meus pensamentos pudessem fugir da Terra. Olhei meu celular... Fui ligar para meu amigo Douglas, mas lembrei q ele estava indo ao casamento de um amigo dele mestre de Kung-Fu chamado Michel. Fui ligar pra uma amiga minha chamada Gaby, mas lembrei que ela havia feito uma viagem, pensei na Aline, mas queria dar um tempo após o beijo, a Domi... Não. Enfim, creio que as pessoas a qual eu poderia recorrer não estão disponíveis. Fechei meus olhos, podendo assim sentir melhor o vento bater em meus ouvidos, vindo com o som da cidade.
De olhos fechados... Senti aos poucos a presença de alguém se aproximando... Sentia aquela sensação de presença que sentimos quando estamos dormindo e alguém quer nos acordar, e cada vez ficava mais próxima... Um mal-estar percorria meu corpo, como se meu estomago tivesse despencado até o chão... Surgiu em minha mente aquela figura de manto negro que surgia em meus sonhos... Era como se fosse receber seu toque, e algo me tocou – Dei um sobressalto!

_Com licença, mas o senhor não pode ficar ai encima – Disse um guardinha do local, esforçando-se para ser simpático - Por favor, desça.
_Opa! foi mal...
Desci meio atordoado, de fato havia tomado um grande susto, sai dali sob o olhar desconfiado do guardinha e o olhar de desaprovação das outras pessoas. Era melhor eu ir pra outro lugar e continuar aproveitando este dia de sol.
 
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Requiem da Meia-Noite by Ródjer Goulart is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.